quarta-feira, 16 de setembro de 2009

sobre Umbanda

Tu sabes o que é caridade?
Caridade é...
Apartar a pedra do caminho para que ninguém nela venha a tropeçar;
Preparar o espírito para ajudar a qualquer momento;
Não te maldizer daquilo que não te parecer justo;
Não esperar que o necessitado te procure, vá ao encontro dele;
Perdoar sempre, humilhar nunca;
Não praticar atos contrários à consciência universal;
Não falar mal de ninguém, servir sempre e de boa vontade!
(extraído do 2º número do Jornal a Caridade, julho de 1956)

Não se concebe umbanda sem ritual. É fundamental oferecer às entidades um ambiente propício aos seus gostos. Para os caboclos, oferecem-se charutos, velas; para os pretos velhos, banquinhos, café, cachimbos, fumo; para as crianças doces e refrigerantes. Entre esses rituais, destacamos alguns elementos básicos para o perfeito transcorrer dos trabalhos, à seguir:

CORRENTE MAGNÉTICA
Muita gente ainda não sabe por que não se deve cruzar braços e pernas quando se assiste a uma gira de Umbanda. Para quem desconhecem isso parece estranho.
Ao redor do corpo humano existem correntes de energia circulando, uma em sentido contrário à outra; enquanto uma sobe, a outra desce, sem contudo se chocarem. Ao cruzarmos braços e pernas, misturamos a trajetória destes fluidos e consequentemente as linhas se chocam, resultando desequilíbrio no fluxo magnético, com dispersão da energia vibratória, cortando a corrente formada entre os presentes.
Semelhante ação ocorre no plano físico, quando cruzamos o circuito da corrente elétrica. Se encostarmos dois fios de luz, haverá o curto circuito, com prejuízo para algum aparelho elétrico ou fusível, queimando-os e cortando o fluxo eletrônico.
Como vemos, tudo obedece a leis lógicas e naturais, tanto no plano material quanto no astral.

DEFUMAÇÃO
A queima de ervas é um recurso usado para afastar fluidos perturbadores de lugares e de pessoas, muito usado em quase todas as religiões. É obrigatório no início dos trabalhos de terreiros em que se queira limpar o astral do ambiente. Para defumação, usa-se em geral plantas e ervas específicas. As mais recomendáveis são: alecrim, arruda, benjoim, alfazema, guiné, sândalo, incenso e mirra, podendo ser apenas uma, três, cinco ou sete delas.
As defumações podem também ser utilizadas para casas, carros, etc., eliminando os maus fluidos; para este tipo de ritual, pode-se utilizar os defumadores em cubo ou os que queimam em braseiro. Igualmente aos banhos, os restos das defumações devem ser despachados em água corrente.

PONTOS CANTADOS
São hinos de relevante importância na Umbanda, para a evocação das entidades. Estes cânticos permitem ao médium manter-se em equilíbrio real, e funcionam como verdadeiras preces. Sob suas vibrações é que o indivíduo percebe de maneira eficaz a aproximação das entidades, conseguindo melhor concentração para o trabalho espiritual.
O ponto cantado possui várias finalidades, apresentando-se como: ponto de chamada, aquele que é cantado apenas para evocar a entidade de trabalho daquela sessão; o ponto de subida, com o qual o guia se despede dos trabalhos daquele dia; há também os pontos de abertura e encerramento dos trabalhos, os de defumação, etc.
Em alguns casos, os pontos cantados podem ser acompanhados de palmas.


BANHOS
Os banhos se firmaram como sendo parte de uma liturgia religiosa. Sendo o médium um receptáculo de vibrações boas e más, deve zelar cuidadosamente pela saúde de seu corpo físico e astral. É muito comum também os filhos de fé tomarem banhos de descarga e de defesa, receitados pelas entidades. Há banhos que possuem sal grosso e ervas em sua composição, que devem ser preparados em infusão de água fervente pôr volta de 15 minutos, abafando o recipiente. Quando a água estiver morna, derrama-se sobre o corpo, do pescoço para baixo, sem banhar a cabeça. Não se deve molhar a cabeça porque muitas ervas se prestam para facilitar o desenvolvimento da mediunidade, "abrindo a mente". As ervas usadas no banho devem ser despachadas em água corrente, e devem ser usadas em seu estado verde, para não perderem as suas propriedades vibratórias.

GUIAS (COLARES)
As guias usadas para defesa ou para trabalhos nos terreiros são colares feitos de materiais facilmente imantáveis, condutores de correntes magnéticas.
Ajudam na invocação dos protetores, na concentração, captam bons fluidos, formando um círculo de vibrações benéficas ao redor da pessoa que os usa. Após um processo de 'cruzamento', ficam em ligação fluídica com as entidades espirituais. Uma guia só terá valor quando for cruzada por uma entidade incorporada.
A guia é usada praticamente em todo tipo de ritual, é um objeto sagrado.
Normalmente quando o filho de fé dá seus primeiros passos dentro da Umbanda, este fica com a primeira guia, que também é a mais importante. Ela é constituída de pedras de cerâmica, miçanguinha de cor branco leitoso.
Para tanto, as guias devem ser confeccionadas de matéria natural, não de plástico, pois este não é substância imantável. Cada linha possui seu material e cores apropriados.
Se uma guia quebra, procura-se recuperar o máximo de contas e depois devemos montá-la e consagrá-la novamente. Para cuidar-se bem das guias, devemos lavá-las de vez em quando com água do mar ou água e sal grosso, ou conforme solicitação do guia.

VELAS
O uso das velas é um ritual simples para qualquer religioso. O único pré requisito para o ritual com uma vela é a crença no que se está praticando.
Muitas são as pessoas que têm o costume de acender velas para seus anjos de guarda, ou mesmo para parentes e amigos já falecidos. Entendemos que é fundamental oferecer velas a estes, porém é aconselhável não fazer no interior de casa, pois além de evitar possíveis incêndios, também evita-se a presença de quiumbas que só prejudicam.
Os lugares adequados para acender velas são os velários de igrejas, com exceção de trabalhos feitos pelos guias, onde eles determinam como e onde se deve acender as velas.
O trabalho com velas é fundamental em um terreiro. Porém é através delas que as entidades auxiliam os filhos de fé na resolução de seus problemas. Na maioria dos trabalhos com velas é utilizada a de cor branca; porém ao uso de velas coloridas, deve-se possuir o consentimento do chefe do terreiro.

PATUÁS
O patuá é um objeto consagrado que traz em si a força mágica dos guias, a quem ele é consagrado.
É considerado um amuleto de proteção e sorte, porém só terá valor se for preparado por entidades incorporantes. Após o cruzamento do patuá, o mesmo é entregue ao filho de fé, que deverá guardá-lo em lugar próprio. Vale ressaltar que cada patuá é feito para apenas uma pessoa.
Os ingredientes mais utilizados na confecção de patuás são: figas de guiné, olhos de boi, cruz de caravaca, sementes variadas, ervas, etc.



ROUPA BRANCA
As roupas de um umbandista, quando em atividade dentro do terreiro, devem ser brancas e muito limpas. Elas devem ser guardadas em local sempre determinado. Não devem possuir nenhum luxo, apenas o essencial. Calças folgadas, camisetas não apertadas para deixar à vontade médiuns e cambonos.
As meias e peças íntimas também brancas são fundamentais. Os sapatos brancos, devem ser de sola de borracha (de preferência, tênis).
Essas roupas devem ser somente de uso nas giras, não podendo em hipótese alguma serem utilizadas em locais ou atividades diferentes.

Toda a Prática de umbanda é gratuita, dentro do principio das leis de Deus: "Dai de graça o que de graça recebestes".
A prática Umbandista é realizada conforme Cristo disse: "Aonde estiver um ou mais falando de Deus ali estarei".
UMBANDA

" Umbanda é a montanha
Que todos terão que galgar.
Muitos serão os chamados
Poucos conseguirão chegar...!"
(extraído do boletim mensal nº. 1 'A Caridade', da Tenda Nossa Senhora da Piedade)

A palavra "Umbanda" ainda é uma dúvida, mas ela poderia vir do sânscrito AUM-BANDHA, o que significa 'o limite do ilimitado', ou 'o conjunto das leis divinas'. Antes do surgimento da Umbanda propriamente dita, existiam os chamados cultos de nações, que não permitiam que médiuns desenvolvidos incorporassem "eguns" (espíritos de mortos), e caso isto acontecesse, repeliam-os, pois não os aceitavam em lugar dos Orixás (espíritos de encantados, entidades que nunca encarnaram). Também nessa época, o Kardecismo não admitia que espíritos de índios, pretos velhos e crianças incorporassem em médiuns à mesa: ou mudavam
seus hábitos peculiares, ou seriam expulsos do local.
Os pretos velhos e índios, por sua vez, acostumados a seus hábitos característicos, não poderiam mudá-los, por isso eram deixados de lado; não podiam baixar em cultos afros nem em mesas kardecistas, porém necessitavam das comunicação e ensinar ao povo seus costumes, suas tradições.
Assim, a primeira incorporação de Umbanda se deu no dia 15 de Novembro de 1908, através do médium Zélio Fernandino de Morais, pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, quando nesta data veio manifestar-se em mesa kardecista, solicitando que o 'cavalo' (médium de incorporação) preparasse no dia seguinte, na casa do médium, "uma mesa posta e toda e qualquer entidade que queira ou precise se manifestar pudesse ser ouvida e orientada". O local seria batizado por "Tenda Nossa Senhora da Piedade", pois da mesma forma que Maria ampara nos braços o filho querido, também serão amparados os que se socorrem da Umbanda, ricos e pobres, negros ou brancos, inaugurando a primeira tenda de Umbanda no Brasil, no Rio de Janeiro, em 16 de Novembro de 1908. Aí então surgem manifestações em massa...Hoje, a Umbanda conta com mais de 40 milhões de adeptos só no Brasil.

As sete linhas da Umbanda
As linhas de proteção da Umbanda são baseadas em sete cores, à seguir:
- Cor Ouro: Iansã Orixá guerreiro que domina raios, chuvas e ventos Sincretizado com Santa Bárbara
- Cor Rosa: Ibejis Espíritos de crianças Sincretizado com Cosme e Damião
- Cor Azul: Iemanjá Vida gerada no útero materno - "Mãe Peixe" Sincretizado com Nossa Senhora da Conceição
- Cor Verde: Oxosse Natureza, as matas Sincretizado com São Sebastião
- Cor Vermelho: Ogum Patrono da força e garante a execução da lei Sincretizado com São Jorge
- Cor Marrom: Xangô Força da justiça Sincretizado com São Gerônimo
- Cor Roxo: Nanã Representa o elemento senil Sincretizado com Sant'ana
Zélio Morais explica que as cores branco e preto não fazem parte das Sete linhas, pois o branco é presença da luz e existe em todas as outras cores, e o preto é justamente a ausência da luz:
- Cor Branco: Oxalá O supremo, o chefe. A síntese de todas as cores irmanadas. Sincretizado com Jesus Cristo
- Cor Preto: Obaluaê (omulú) Chefe da falange dos mortos sincretizado com São Lázaro

Entidades da Umbanda
A Umbanda sustenta-se em três pilares: pretos velhos, caboclos e crianças.
São as entidades que os médiuns incorporam:
- Caboclos: espíritos de índios e mestiços que viveram antes e depois da descoberta do Brasil.
- Pretos velhos: almas de negros que morreram à época de cativeiro.
- Crianças (erês): espíritos de crianças que morreram em tenra idade.
Além dessas três entidades, manifestam-se ainda:
- Baianos: povo que faleceu quando habitantes do Nordeste brasileiro.
- Marinheiros: pessoas que faleceram nos mares e realmente eram marinheiros.
- Boiadeiros: vaqueiros
- Povo d'água: espíritos que não falam e emitem um canto triste.
- Ciganos: pertencentes à alma de ciganos. Fazem cura.
- Exus: entidades neutras, que são invocadas para desmancharem trabalhos e magias.
Apesar de existirem todas estas entidades, nos terreiros apenas as três primeiras (caboclos, pretos velhos, crianças) trabalham no desenvolvimento mediúnico, descarga de maus fluidos, dão orientações, passes, conselhos, curas, etc.

Toda a Prática de umbanda é gratuita, dentro do principio das leis de Deus: "Dai de graça o que de graça recebestes".
A prática Umbandista é realizada conforme Cristo disse: "Aonde estiver um ou mais falando de Deus ali estarei".

MEDIUNIDADE

"Decálogo do Umbandista
Responder:
Ao mal com o BEM;
À intolerância com a FRATERNIDADE;
À calúnia com o PERDÃO;
À incredulidade com a FÉ;
À indiferença com a CARIDADE;
À arrogância com a HUMILDADE;
À intriga com a COMPREENSÃO;
À descrença com a ESPERANÇA;
À perseguição com a TOLERÂNCIA;
Ao ódio com AMOR!"

Mediunidade é o dom que tem o indivíduo de se comunicar com o plano espiritual, recebendo doutrinas, lições e informações dos espíritos de pessoas que já morreram e se encontram em plano diferente do nosso. É um dom que a pessoa recebe de Deus para trabalhar em benefício de pessoas que necessitam de ajuda,
orientação, preces. São vários os tipos de mediunidade:
Vidente - vê espíritos
- Clarividente - vê acontecimentos futuros
- Auditiva - ouve os espíritos
- de efeitos físicos - barulhos, quebra de objetos, etc.
- Curadora - faz cura de doenças
- Psicografia - escreve mensagens de espíritos
- Intuitiva - pressentimentos
- Incorporação (o mais comum) - incorporação de entidades
A verdadeira mediunidade não é exclusiva de pessoas ricas; ela pode manifestar-se em pessoas de diversas classes sociais, de diversas culturas, espiritualistas ou ateus, sábios ou ignorantes.
Para desenvolver a mediunidade é necessário estar ciente do que está praticando e principalmente ter vontade própria em fazê-lo. É necessário frequência nas giras em um único terreiro (pode-se visitar outro terreiro mas não se pode trabalhar) para que as entidades possam explicar-lhe todas as mirongas da Umbanda.
Frequentar diferentes terreiros mistura a energia vibracional das entidades, facilitando o recebimento de quiumbas (entidades más) que podem confundir o médium, principalmente durante o seu desenvolvimento. Além de cada terreiro seguir uma linha de trabalho que não deve ser misturada ou confundida.
Os médiuns de Umbanda não trabalham com Orixás, e sim incorporando guias e entidades que estiveram encarnados entre nós, ou seja, caboclos, pretos velhos, crianças, baianos, etc.
Os problemas espirituais que afetam a humanidade são de quatro espécies:
- Mediunidade
- Obsessão
- Trabalho feito
- Provação

Obsessão: um dos casos espirituais que mais oprimem o ser humano, que é o fato de um espírito desencarnado 'encostar' em uma pessoa, permanecendo ali devido às atitudes de baixas vibrações dela, sugando tudo o que resta de boas vibrações e bons pensamentos. Isto traz perturbações mentais e alterações de comportamento.

Trabalho feito: também conhecido como macumba, é praticado por pessoas fúteis e inconsequentes que desejam realizar seus desejos à qualquer preço. Em geral, é feito de modo verbal, quando rogamos pragas, invejamos algo, etc. Há também o feitiço criado por entidades de má fé ou pessoas que só praticam atos inescrupulosos.

Provações: "...somos livres para plantar; porém, uma vez plantado, teremos de colher os frutos da semeadura. Se plantarmos o bem, colhe-lo-emos no futuro; se semearmos o mal, tê-lo-emos no porvir..."
Quando alguém tem de passar por provações ('pedras' no caminho, como dizem as entidades), ninguém pode tirá-las ou cancelá-las. Elas se executam de uma ou outra forma. Quem procura terreiros na ânsia de livrar-se delas, está cometendo tolice. O que os guias podem fazer é minorar o sofrimento, pedindo à pessoa paciência, fé e esperança em superar a má fase, dando conselhos e orientações, pois estas provações provavelmente venham de vidas anteriores.

Todo médium deve seguir à risca alguns ensinamentos:
Não pode ser invejoso
Deve fugir ao despeito e ao ciúme
Deve ter cuidado com sua língua (cuidado na maneira de falar)
Deve respeitar as refeições à mesa
Deve evitar álcool, bares, cabarés, assim como qualquer outro lugar de influências negativas
Deve ser honesto consigo mesmo
Deve manter a higiene do lar
Deve manter a higiene do próprio corpo
Deve cuidar de suas roupas de trabalho no terreiro e seguir todas as regras dos rituais da Umbanda
Deve saber o valor da prece.
E assim estar ciente que a mediunidade é o dom de beneficiar pessoas, através das entidades, que necessitam de auxílio material e espiritual.

Toda a Prática de umbanda é gratuita, dentro do principio das leis de Deus: "Dai de graça o que de graça recebestes".
A prática Umbandista é realizada conforme Cristo disse: "Aonde estiver um ou mais falando de Deus ali estarei".

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